Os dez de 2010 - parte IV
8. The Apples - Kings
Funky Mazel Tov
10. Andreya Triana - Lost Where I Belong
A Voz Casamenteira
Funky Mazel Tov
A Freestyle Records gosta de fugir da centralização anglófona. Prova disso é o lançamento do álbum Kings dos israelitas The Apples. Com Fred Wesley (ex-band leader dos JB’s de James Brown), a banda israelita lança-se numa cruzada de funk forte e duro, muito dançável e com traços contemporâneos. Contudo, apesar de se poder reconhecer um registo actual na música do “Kings”, nota-se um não-esquecimento das raízes, com as mãozinhas de Fred Wesley a ajudar na marcação de um conjunto de sopros notável e que sobressai no pano sonoro. Do álbum pode-se destacar a “Howlin’ with Fred” ou “Batash”, temas que mostram a pujança vigente no álbum deste conjunto israelita. Fica a vontade de agarrar nuns copos e parti-los num Mazel Tov com tons de funk que deambula entre o contemporâneo e tempos passados.
9. Souljazz Orchestra - Rising Sun
Editado no ano que findou, Rising Sun é o resultado de uma extraordinária produção de seis músicos canadianos que por entre vibrafones, saxofones e clarinetes nos trazem uma caixa de bombons musical.
Talvez haja quem numa descrição deste disco ache por bem frisar que se trata de um álbum "instrumental", mas o que é música senão isso mesmo, "instrumental", acima de quaisquer palavras.
Muito embora não tenhamos em mãos um marco no género, temos sem dúvida uma bem lapidada pedra. Ecléctico e sólido, Rising Sun arranca com awakening, palavra certeira para um tema que facilmente se imagina numa pintura de brooklyn de Spike Lee numa manhã de verão, e caminha naturalmente por entre versões de temas de Mulatu, Fela Kuti ou Pharoah Sanders, umas mais dançáveis, outras mais espirituais, num todo formam uma peça única, completa e intemporal.
João Gaspar
9. Souljazz Orchestra - Rising Sun
Editado no ano que findou, Rising Sun é o resultado de uma extraordinária produção de seis músicos canadianos que por entre vibrafones, saxofones e clarinetes nos trazem uma caixa de bombons musical.
Talvez haja quem numa descrição deste disco ache por bem frisar que se trata de um álbum "instrumental", mas o que é música senão isso mesmo, "instrumental", acima de quaisquer palavras.
Muito embora não tenhamos em mãos um marco no género, temos sem dúvida uma bem lapidada pedra. Ecléctico e sólido, Rising Sun arranca com awakening, palavra certeira para um tema que facilmente se imagina numa pintura de brooklyn de Spike Lee numa manhã de verão, e caminha naturalmente por entre versões de temas de Mulatu, Fela Kuti ou Pharoah Sanders, umas mais dançáveis, outras mais espirituais, num todo formam uma peça única, completa e intemporal.
Manuel Guerra
10. Andreya Triana - Lost Where I Belong
A Voz Casamenteira
Chama-se Andreya e estreou-se pela Ninja Tunes com um "Lost Where I Belong" que em nada parece um primeiro trabalho. Britânica, com um sotaque muito dissimulado, aprendeu a cantar e a compor sozinha. A auto-aprendizagem serviu. Um timbre bem-educado e uma melodia composta por arranjos maduros.
Andreya Triana, apesar de ter uma voz e uma composição destinada à soul, a sua guitarra acústica (elemento raro na soul a que todos se acostumaram) está presente em quase todas as nove faixas do primeiro longa-duração de Andreya Triana. Outra componente que também se pode ressaltar em "Lost Where I Belong" é a direcção de Bonobo, produtor londrino ligado ao trip-hop e ao downtempo. Os tempos, os drum-sets, até a própria abordagem que é dada às músicas, leva este álbum para uma agradável indefinição. Não é soul, não é pop, não é downtempo. É um pouco de tudo. Guitarras acústicas que transferem toques muito sublimes, uma voz de trémulos roucos, uma batida em downtempo e arranjos distantes (mas não ausentes) de uma soul a cheirar a anos 70.
Todo o álbum aclama a mestria vocal de Andreya Triana, num ritmo que lhe dá espaço e que pede um casamento imediato com esta jovem inglesa. Fosse o registo civil aceitar...
Andreya Triana, apesar de ter uma voz e uma composição destinada à soul, a sua guitarra acústica (elemento raro na soul a que todos se acostumaram) está presente em quase todas as nove faixas do primeiro longa-duração de Andreya Triana. Outra componente que também se pode ressaltar em "Lost Where I Belong" é a direcção de Bonobo, produtor londrino ligado ao trip-hop e ao downtempo. Os tempos, os drum-sets, até a própria abordagem que é dada às músicas, leva este álbum para uma agradável indefinição. Não é soul, não é pop, não é downtempo. É um pouco de tudo. Guitarras acústicas que transferem toques muito sublimes, uma voz de trémulos roucos, uma batida em downtempo e arranjos distantes (mas não ausentes) de uma soul a cheirar a anos 70.
Todo o álbum aclama a mestria vocal de Andreya Triana, num ritmo que lhe dá espaço e que pede um casamento imediato com esta jovem inglesa. Fosse o registo civil aceitar...
João Gaspar
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